sexta-feira, setembro 30, 2005
A Mulher do Saco
Muitas vejo passar. No autocarro, na mercearia, parada para atravessar a rua, no comboio a dormir (enquanto um homem de 40 anos joga ao snake num telemóvel penúltima geração). A mulher leva o saco em cima das pernas, o que faz pressão e pode piorar as varizes que se começam a ver. Que leva a mulher do saco no saco?
1 - Outro saco, para se precisar ou se o que leva rebentar;
2 - Queijo edam, o preferido do filho, fiambre, iogurtes, pão e azeite;
3 - Os dois relógios do sobrinho para pôr pilhas;
4 - Rebentos de soja do mercado chinês;
5 - O tupperware do almoço, vazio;
6 - Dois pares de meias para o marido;
7 - Um jornal grátis no qual pegou de manhã;
8 - Um anúncio de uma escola de informática;
9 - Um livro de bolso, pela 6ª página desde segunda...
As várias mulheres do saco que passam por mim finalmente me transmitem uma mensagem arrepiante: eu também tenho um saco, cheio de utilidades e tarefas pendentes, faz-me marcas nos dedos, e também vou a caminho de casa a pensar o que faltará em casa, se sal ou açúcar, se limpar ou coser. Quero e não quero ser esta mulher.
quinta-feira, setembro 29, 2005
Há tempos que o meu amor chega a casa com estorinhas de bichos. Gatinhos abandonados, cãezinhos sem chip, chiuauas queques, etc. Parece que tenho mais pena dos bichos que das pessoas porque quando estão doentes não sabem o que se passa, queixam-se, não podem dizer que o soro o magoa ou que o cão do lado lhe está a enervar, ficam ali numa jaulinha com focinhos de internados, paradinhos, abanando o rabinho quando lhes dizem palavrinhas doces, alguém ou os donos, amigos dos donos... Ia várias vezes ao hospital onde o Miguel trabalhava, ficava lá no fim de semana que ele trabalhava 48 horas, observava e podem-me considerar uma aprendiz de Veterinária, já sei dar conselhos :-) Quando o animalito está muito doente, ele diz para eu não o ver, que senão simpatizo com ele e fico muito triste e a fazer muitas perguntas se ele morrer.
Ontem fomos a um jantar em casa da minha amiga Brasileira. Ela e o namorado compraram um canito no domingo, de raça e tal, lindo. Mas vinha cheio de bichinhos... parasitas... minhoquinhas brancas. Depois de lhe terem dado uma dose do medicamento desparasitante, não pára de vomitar e deitar fora lombrigas. Pobrezinho, nem tem força para brincar. Está a soro internado na clinica onde trabalha o Miguel... todos a torcer para que o "xico" (nome temporário) sobreviva.
Hoje o princípio da teoria é:
Os habitantes/peões de Barcelona não se desviam de ninguém na rua.
Questão relacionada:
Como fazem quando se encontram com pessoas diferentes de mim, que normalmente me desvio e adapto às invasões inconscientes de passeio?
segunda-feira, setembro 26, 2005
Esta semana fue dedicada a saber más sobre la profesión más antigua del mundo: la prostituición. No como periodista (me había gustado, pero no), si como lectora y como expectadora. He leído el libro rompedor de Paulo Coelho, "Once minutos" y he visto la película del momento, "Princesas", de Fernando León de Aranoa. Muy diferentes los perfiles. Del libro: brasileña que es "fichada" en Rio de Janeiro para ir a trabajar de bailarina en un club. Acaba por ganar dinero suficiente para comprarse una finca en Brasil y empezar un negocio y se va hasta medio de camino de vuelta, después de un año en Suiza. No conoce el amor, no quiere, tiene miedo de él, más de que la violencia de un hombre contra ella propia, entra en juegos peligrosos (bueno, ser lo que es ya es un juego peligroso), gana un montón de pasta, etc... Pero pone un punto final, se va, porqué se queda en medio del camino?¿ Porque el amor le dice hola, no tengas miedo, quedate conmigo, verás que no te arrepentirás. Frases polémicas y emocionantes en este libro.
De la película: una española (Cayetana) y una dominicana (Zulema) se hacen amigas, a pesar de ser competencia. Madrid. la búsqueda frenética por papeles y por una vida mejor. la búsqueda del amor, siempre el amor. Caye y Zulema no tardan en comprender que, aunque a cierta distancia, las dos caminan por la misma cuerda floja. El mejor momento de la película: cuando Caye hecha de menos, sin haber tenido nunca, el hombre que le va a buscar al trabajo, a la salida del trabajo. una cosa tan simple, que yo tengo muchas veces, pero un regalo de la vida sin duda, porqué no le damos valor hasta que alguién nos haga entender que es tan precioso... Todos buscamos amor al final, sea donde sea, a traves de que profesión sea. Es nuestro motor. Quien dice que no, es porque sólo tiene amor por él/ella mismo/a. Aún así, se mueve a traves de ese amor, sin saberlo a lo mejor.
segunda-feira, setembro 12, 2005
Os vírus de mau gosto chegaram ao meu blog e retirei os comentários... A gota de água foi um comentário sobre o herpes genital, de uma web qualquer dos States...
Desculpem a todos aqueles que gostam ou querem comentar, se tal se passa, enviar email, quem o tiver. Quem não tiver, azar, não sei.
Lo siento pero he sacado la opción 'comentarios' de mi weblog.
Estaban pegando comentarios-virus de mal gusto y me enfadé
Quien quiera que me contacte por otra via, no es así tan dificil descubrirme.
Sim, eu gosto, de chegar a casa e ir direita ao sofá ver um programa porcaria enquanto como batatas-fritas, sim... Estou numa fase estanque, não lucro. Sinto-me uma maquineta que vai e vem para o emprego. Não procuro melhor... por agora. Amanhã faço e aconteço. Mas também me vou fartar de estar assim, sem graça. Um dia. Para já fico no sofá e muito faço eu em ir ao ginásio duas vezes à semana. Está-se bem sem ir para a frente por uns momentos. Fartei-me de lutar por uns meses. Deixem-me tranquila. Não me apetece enviar curricula, não me apatece procurar uma casa nova para morar, não me apetece estudar outra vez... Estou inerte de momento e preciso. Depois eu farto-me, depois eu volto à luta... Depois. Se cair do céu também não é mau.
El libro de la futura ex-pareja
Una vez más estoy con la Lucía Etxebarría en mi bolso, haciendo rondas semanales metro/tren/calle/parada/cafe/escaleras de la empresa. Me encanta su forma de escribir. Me da rabia porque sé qué es como yo escribiria si no estuviera en la fase pereza de mi vida (de la cual hablo arriba, en portugués). Cuando surge una frase más tal - jo, he pensado lo mismo una vez, pero no lo he sabido escribir... Es la tristeza de no tener apuntes mentales suficientemente duraderos. Me encanta la forma en la cual describe los hombres. A saber, para mi los hombres no son mas que todos aquellos que no son Miguel o mi hermano o mi padre, que són diferentes a los demás, ya que los demás son solamente hombres, para los cuales puedo hacer generalidades menos pensadas a su vez que las generalidades que esta mujer, escritora sensual y femenina por naturaleza, transmite. Eso es, escrita sensual, analítica, escrita de pareja, de la pareja no-perfecta, de los desperfeccionismos diarios, de los roces que abren herida y de los momentos de amor que se llevan lo malo y hacen que todo se olvide. Volver a empezar. Ilusiones femeninas y egos masculinos. La mujer que no sabe defenderse de los ataques del hombre porque cree que él ataca porque ella tiene la culpa... Vaya... Creo que he escrito sin querer una critica a este libro. Se llama: "De todo lo visible y lo invisible". Lucía, con tu permiso, escribo aqui un poquito de la maravilla de obra que tienes:
En el futuro aquella cicatriz dolería, como duelen las cicatrices con los cambios de tiempo, cada vez que algo - una canción, un perfume familiar, una canción, una película que vieron juntos... - conjurara la imagen de Juan, pero ya no sería como una herida abierta que hacía notar su presencia de forma constante, sería sólo una emoción retardada que desbordase sobre la actual, trayendo consigo, visibles sólo para la memoria anterior, fragmentos de antiguos espacios y tiempos. ¿Pero quén es el valiente que, en plena crisis de angustia amorosa, se atreve a decirse a sí mismo aquello de no te preocupes, esto pasará, en unos años ni te acordarás de este momentos, te reirás incluso, te descojonarás de lo idiota que fuiste? No, Ruth, desde luego. Ruth no.
Yo tampoco soy esa valiente, nunca he sido. La verdad es que si estas loco por alguién, ya es demasiada valentía irte a trabajar por las mañanas y dejarlo/a durmiendo o tomando un café o conduciendo hasta su curro.
domingo, setembro 11, 2005
Novidades:
Minha prima Mónica teve uma filhota;
Meu Maridão arranjou trabalho novo (finalmente vai dormir todas as noites em casa);
Irmã do Miguel está grávida - ou seja, vamos ser tios.
Uf... E eu cada vez mais na mesma, frase da autoria da minha avó paterna...
A vocês também aparecem as aspas como pontos de interrogação no meu blog??
(texto escrito dia 1 de Setembro)
Bom início de metedura de pata. Tenho de admitir que foi bom. Aliás, depois de ouvir toda a minha vida da boca de pai, irmão, mãe e amigos que ando como uma pata, pata ali, pata acoli, trapalhona e sem muito estilo, melhor não podia ser esta abordagem de rua. Pois olhem, este 'pretchinho' engraçado, United States From, gostou. Aliás, adorou porque continuou a falar comigo quase até casa, e eu a responder-lhe mal: "I just want to ear you". Eu tão parva com aquelas coisas, o gajo tinha uns 21 anitos e um ar de NBA mistura com Eddie Murphy assim que, lamentando não poder divertir-me mais um pouco com os comentários engraçados do pobre, "I'm sorry, you are doing me a lot of questions and I'm not free to speak with you, so bye...". Não imaginam a cara de desapontamento do jovem. Conseguiu MESMO convencer-me de que a minha forma de andar, segundo ele à cowboy girl, era atraente...
Esta semana já lá vão 3. Um japonês: "Hola Guapa, como estás?¿ Todo bien?¿ Estoy libre hoy, ok?¿?". Dia seguinte, árabe (Marrocos, pelo sotaque) com olhar depravado: "Qué guapa, qué chica bonita eres, que orgulloso estaria de estar contigo..." Posso dizer que numa semana três continentes me mandaram um piropo. Quatro, contando com os piropos do meu Miguel. Posso dizer também que depois de casada, pelo menos em Barcelona, o pessoal tem notado mais em mim. O pessoal inclui as mulheres. Hoje toda a gente reparou na saia, que me ficava tão bem, que tinha ar de ser da Pepe Jeans (Carrefour 7 EUROS em saldo), ai que airosa estás, que brilho no olhar e a pergunta insistente: "Estarás grávida??". Porque é que toda a gente pensa que casando o passo seguinte e imediato é o baby? Calma gentes, tenho de curtir um bocadinho mais o meu maridinho, que daqui a 15 dias estreia trabalhinho novo, no bairro chique de Barna, Pedralbes.Tenho de a aproveitar mais, de sugar tudo o bom de vivir em casal, juntinhos, sem muitas preocupações, numa mini-casa onde, seguramente, não vão viver os meus futuros filhos. Caaalma gentes... Uma coisa de cada vez. Há que saborear cada bombom com os olhos fechados e não engolir rápido senão podes-te entalar.