Paseo de Gracia

sábado, dezembro 30, 2006

De volta ao aconchego...

Depois de uma dura despedida, eis-me em Portugal, Centro, Oeiras.

Cheguei há três semanas e ainda não tinha tido oportunidade de escrever nada aqui. Nem aqui, nem em lado nenhum, nem iniciei nenhum novo livro, nem arrumei grande coisa, nem sequer ainda me situei bem, ainda só deu tempo de ser Natal, de comer uma fatia de bolo rei e de fazer um par de festas aos gatos. Ainda não matei todas as saudades que tinha do meu marido, nem as saudades da família, mas as de Barcelona começam a carcomerme o coração. Parece que deixei lá uma outra Joana. Não a pude trazer, não pôde ser.

Uma casinha " riquinha" estava à minha espera. Pequena, mas não tão pequena como a de Barcelona. Embora pareça que cabem menos coisas. Um conselho: sempre que estiverem num sítio que prevejam ser temporário, não acumulem tralhas, ou pelo menos evitem acumulação (principalmente de revistas que sabem perfeitamente que nunca mais vão, sequer, folhear...). A minha mãe ainda tinha esperança que eu pudesse levar comigo a minha tralha do quarto côr-de-rosa que ainda preservo, o quarto da infância, adolescência e princípio de vida adulta, mas ficou-se por aí, pela esperança.

Lisboa é mais fria. As pessoas são mais frias. Estou cheia de medo de não fazer amigos. A minha equipa vai ser uma única pessoa, e essa pessoa vai estar sempre fora, chez les clients...

Vou ter de me safar e parece que vai ser duro. Toda a gente se safa de carro e a minha fobia de condução parece aumentar de dia para dia. O Miguel anda à procura de um trabalho adaptado a ele. É um excelente veterinário e isso parece assustar os chefes. É como as mulheres fortes e seguras, parecem assustar os homens.

O meu aconchego ainda está longe, mas já o vejo ao fundo do túnel.

Vou ter um gato para me aconchegar. No Natal ofereceram-me tudo para o tal gato, mas o gato ainda não. Vou adoptar um depois de reis (6 de Janeiro para quem não estiver familiarizado).

Engraçado... Pensava eu que ia viver um Natal mais tranquilo e realmente, vivi. Mas não teve tanta piada, não foi tão intenso. E bem que andámos de um lado para o outro feitos tolos. Mas passou mais superficial. Não o senti tanto a passar...

Estou ainda um pouco triste e assustada por voltar. Ainda não me habituei a que toda a gente à volta fale, perceba, grite, o português... Procuro refúgio na TVE1 (menos mal que hay Tv Cabo) e na música espanhola. Deliro com Malu (conhecem? recomendo: http://www.maluweb.com/) e com El Canto del Loco. Espanha é mais alegre em geral. As pessoas são mais vivas em geral. Na minha empresa parece que anda tudo mortiço. Abrem as portas às mulheres e pouco mais. É uma seca, não há nenhum estrangeiro... aliás, há um!!! UM!!!!

Para a semana, portanto, para o ano, vou-me inscrever num ginásio. Haverá amigos lá? A Xana vai-se pirar depois de reis para Barcelona e a Sarita está longe, ou seja, em Lisboa. Eu vivo num dormitório agradável, perto da praia, mas que parece igualmente mortiço, não há pessoas a correr e a beber cervejas na rua, só carros de vez em quando e cães de quando em quando. É sossegado e para dormir uma maravilha. Não tenho o embalo das conversas de bar do Jaica.

Preciso de me sentir mais aconchegada portanto a minha luta ainda só começou. Se em Barna tínhamos uma postura, não tínhamos possibilidade de estabilizar, comprar casa, ter filhos, animais, progredir. Mas era bom. Era incerto. Agora é neutro. Ainda não odiamos nem amamos estar aqui. Subir ao Norte é o rumo, mas para já toca ficar e lutar por sentir-me, sentir-nos... aconchegados! É tempo de voltar, mudar para melhor. Já vi a ponta do melhor mas o resto da casca é dura de roer.

Até para o ano e... whish me luck!!!!!! Happy new year Portugal believers like meeeee!!!

domingo, dezembro 03, 2006


Barcelona, el nuevo amante

Cuando era más pequeña solía decir que Oporto era mi marido y el Algarve, mi amante. Me iba de vacaciones al sur y todo era olor de flores dulces, relajación, libertad, piel morena. Ahora voy un poco más lejos. Antes, y ya dice el dicho popular portugués: "quem desdenha quer comprar" (algo como quén saca la importancia de algo es que lo quiere más de lo que parece) Barcelona era como um mal necesario. Húmeda, ruidosa, grande, poluída, cara... Ahora, y hace una semana, algo ha hecho click! dentro de mí. La quiero, quiero a esta ciudad: ¿o es ella que me quiere a mi? Portugal es mi marido y Barcelona mi amante. Y no lo voy a ver más. O es que será una relación a distancia.?..

Barcelona me dió libertad. Me hizo adulta. Me provocó revuelta, nostalgia, me hizo amar más a mi país - pero luego cuando estaba con él, con Portugal, y volvía a España, era bueno volver. Mi hogar no es más aquí, no es más allí. Vuelvo al conocido que es desconocido ahora, después de tanto tiempo Portugal me querrá?

Estoy muy triste y no entiendo. Debería estar feliz. Me estoy adelantando. Siempre quise volver. Qué te pasa Joana? Es que tu amante Barcelona te enamoró sin que te hubieras dado cuenta? Al final no estabas simplemente utilizando esto com pasaje, pero como vida, parte de la vida. Siento un hueco en el corazón, me duele algo y no entiendo muy bien qué es. Me voy pensando que puedo siempre volver. Al final, qué quiero? Estabilildad? Tranqulidad? O me he acostumbrado a esta cuerda floja de Barcelona?

Qué lío, gente... Me voy a la cama. A la cama de mi amiga porque hoy soy una sin techo. Soy una sin hogar. Aunque patria siempre voy a tener, mi río Duero es mi patria.

quarta-feira, outubro 25, 2006

A língua negligenciada

Fico piursa. Aprendi esta palavra na colecção de autocolantes "TOU" que saíam nos Bollycaos e é perfeita para descrever o que sinto quando CHAMAM À LÍNGUA PORTUGUESA BRASILEIRO.

Principalmente em Espanha. Já ouvi atrocidades na televisão como:
"E agora, o cantor Luis XXX vai cantar em brasileiro essa bela canção..."

Ou no supermercado:
"Olha, este iogurte só tem os ingredientes em brasileiro..."

Estou um bocado farta. Mas ok.

Ainda há pessoas que se lembram de proteger o que é nosso. De dar valor.

Poucas mas, para sobreviver, têm de ser boas.

Mais pessoas falam português como língua materna do que francês, alemão, italiano ou japonês. É frustrante para os 230 milhões de luso falantes que o resto do mundo frequentemente considere a sua língua menor e que seus romancistas, poetas e compositores passem despercebidos.

Ver link abaixo indicado para mais informações.

Fonte: New York Times
http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/nytimes/2565501-2566000/2565852/2565852_1.xml

terça-feira, outubro 24, 2006

De abalada

Tanta coisa para deixar, decidir, mudar, dar, vender, transportar. Get ready to another change, girl!

Vou daqui. Mivô dáqui!!!

Como dizem os alfaces, vou abalar.

Depois de 5 aninhos. Depois de aprender a dormir com barulho. Depois de aprender a andar no metro sem pensar, second nature chama-lhe a Nokia.

Agora, em plenas eleições para o parlamento catalão, em plena movida, a cidade cheia de anúncios superinteligentes de políticos superhumanos, vou. No meio de um Outono abafado, com necessidade de frio da rua e calor de casa.

O Miguel está lá, naquela cidade onde eu dizia que nunca iria viver, que preferia viver na China. Mas é Portugal. É um chão mole, é uma cidade um pouco oca, mas é onde vamos estar nos próximos tempos. Pertinho, mais pertinho do Norte. Ao lado quase, comparando com o que eu tive até agora. Estou de abalada meus amigos. Estou, com perdão, cagadinha de medo mas, ao estilo de Casablanca, sempre haverá Londres. Londres e as milhares de ofertas de emprego milionário para o meu maridão.

Estou na casa de uma amiga hoje porque já não tinha mais cantinhos para arrumar. A casa está tão arrumadinha sem o migalheiro do meu husb. Despede-te de mim Barna. Despede-te porque eu de ti não me vou despedir nem olhar para trás. Porque já estás atrás, já estavas, sempre estiveste. A minha frente é a testa da Europa e é um estranho amor o que sinto pelo meu país. O meu país, o meu Porto, o meu Algarve. Acima e abaixo. Estará no meio a virtude? Pelo menos que esteja a felicidade.

Tou voltaaanduuu minhaaa gentiiiii!!! Adoro mudanças, ou não fosse uma brava sob o signo de gémeos.

Já sei que ninguém se entusiasma tanto como os meus pais, mas fica o aviso.

Não liguem à linguagem aplicada hoje porque estou de fumadora passiva de uma erva que não consegui desvendar. Passivamente.

Salvé Tugas!

A Casa Portuguesa

Abriu, finalmente, uma pastelaria/ casa de vinhos/ cafetaria com produtos portugueses em Barcelona. Há um mês mais ou menos, em pleno coração do bairro da Grácia, um dos bairros mais in/ jovem/ culto e variado desta big citty.

Tem pasteleiro português e tem Compal, água Serra da Estrela, café Delta e bola de carne, jornais portugueses... É um cheirinho de Portugal, um cheirinho bom, que faltava. Fazia muita falta.

Visitem cá e aqui também: www.acasaportuguesa.com

domingo, setembro 17, 2006

Férias 10 em 1

Desculpem ter-vos deixado tão abandonados, caros leitores, tirei férias cerebrais estas últimas semanitas. A HP puxa muito por mim, estou esgotada (como te entendo agora, Carla)... As minhas olheiras aumentam de dia para dia e, como bem disse a Roxi ontem, tenho olhinhos de ursinho panda... Foi querida, ao menos não disse que parecia um zombie, que é como me sinto.

Tive 10 diinhas de férias e foram bastante agitadas. Aqui exploro os 10 pontos fortes.
Como de costume,

1 - Dei a volta à Península de carro - de Barcelona a La Mancha, domir e sair a caminho do Algarve, Manta Rota. 3 dias depois, Islantilla, Lepe, Andaluzia. 3 dias depois, Porto Covo. 1 dia depois, Lisboa, Festa do Avante. Logo, Porto. Logo, Gaia, Logo, Braga e finalmente e volta à Península terminou com uma barulenta viagem de carro até Barcelona de novo... Cansados só de ler? Pois...;
2 - Houve tempo para a família. Pouco mas bom;
3 - Mar e piscina, Algarve e Andaluzia, calor por todo o lado;
4 - Leitura: revistas e Jorge Amado;
5 - Romanticismo e comida boa em Porto Côvo, uma noite sozinhos para nos lembrarmos que somos um casal e temos necessidades de casal...;
6 - Visita a amigooosss instalados em Lisboa e
7 - Festa do Avante - demasiada gente mas divertimento até à repa. O concerto dos Xutos e a bifana da esplanada foram os pontos fortes. O ponto fraco foi o sono e a necessidade cruel dos jovens de baixa categoria gritarem a noite toda por uma tal Elsa...;
8 - Mais festa, de aniversário, do pai, avózinha e tia Luísa e as histórias dos irmãos;
9 - Sobrinhita, dois dentinhos, muito fofa e fun;
10 - Aventura na estrada, o carro começou a fazer barulhos estranhos e chegámos rotos às 5 da manhã... O carro foi para a oficina esta semana e já está novo.

A foto é de Porto Covo, na praia grande assistimos a um salvamento. é incrível como o adulto, mesmo com a bandeira amarela, se meteu a nadar para longe...

Reforzar las defensas

La mujer muere a manos de hombres: de su padre, de su novio, marido, ex-novio, ex-marido, de su hijo, de su vecino, de su jefe, de su violador, de su hermano, de su tio... La mayoría de las mujeres asesinadas en España han muerto porque había un tio que no soportaba que ellas no lo quisieran... después de que ellos hubieron provocado eso, el final del amor. Destructores del amor, asesinos de mujeres a las que quieren. Son locos de culpa. No caben en ellos propios, necesitan ver su desgracia en la desgracia de otra.

Hay los que prefieren tenerla siempre cerca para descargar esa culpa, e ir matándola lentamente. Defendámonos mujeres. Defendámonos de la culpa que mata. De los maniatadores.

Me ha gustado el relato de una mujer maltratada en la revista Marie Claire de Septiembre, podéis leerlo en:
http://www.marie-claire.es/marieclaire/home.jsp?idapr=1_433_esp_1__

domingo, agosto 06, 2006

Alone Together

O Miguel foi uns dias (17 dias) para Londres trabalhar. Teve de dizer adeus ao actual posto de trabalho mas pode dizer olá à aprendizagem de novas formas de fazer medicina veterinária, novos ambientes, novas responsabilidades e formas de comunicar na sua área. Esta ida é como um teste. Se correr bem, se ele se sentir bem, quer dizer que talvez esteja preparado para fazer uma especialização num país onde se fale inglês. Ah, claro, e vai ganhar em 3 semanas o mesmo que em 2 meses e meio cá. Isso também é bastante importante.

Estou contente por ele, claro, orgulhosa, mas sinto receio... e se ele realmente gosta "daquilo"?? Vou ficar sozinha em pleno mês de Agosto. Pelo menos depois vêm as férias... E pelo menos agora ele pode ir comigo. São sacrifícios que espero que valham a pena. Vão visitando o blog dele, está em Espanhol mas lê-se bem: http://www.veterinarioenlondres.blogspot.com.

Boa sorte Migas!!!

domingo, julho 23, 2006

Teasers

Nalguns almoços durante a semana, principalmente agora que acabou o mundial e o pessoal finalmente deixou de falar de futebol (a propósito... que raio de mundial... o futebol já não é o que era, que pouco entusiasmante!), eu e os meus colegas temos conversas interessantes. Como o Cristian anda solteirinho, repara mais nas raparigas à volta, mas parece que anda com a azar porque todas as que gosta estão comprometidas: "Que simpática es aquella, ¿¿verdad?? Si si, y su marido americano más...".

A tal do marido americano suscitou polémica. Terá os seios falsos ou verdadeiros, o que achas Joana? Eu contei-lhes a verdade, claro, que ela deve usar wonderbras ou semelhantes. Eles, indignadíssimos, como pode ser, uma mulher casada, usar semelhantes decotes. São umas autênticas teasers provocadoras, diz o Warren, eu não seria capaz de namorar com uma rapariga assim, andaria sempre com ciúmes dos olhares. Neste ponto as opiniões dividiram-se. Há homens que gostam, Warren, de ter uma namorada assim, e não só por uma noite. Há homens que gostam que toda a gente veja que pedaço de maravilha física ele conseguiu. Quase todos concordaram que se fossem atrás de uma mulher assim, era por uma noite. Que as provocadoras sómente provocam isso, vontade de uma noite. Portanto, gajas, toca a ter controlo, provocar sim, faz parte, mas não provocar à descarada. Senão eles só vêm carne.


Amiga, se queres andar todo o dia com os airbags inchados debaixo dessa blusinha e não é carnaval, faz favor, és dona do teu corpo e do teu estilo. Agora depois não te queixes que te dizem; "Comia-te toda..." na rua. Já sei que quem diz isso tem a maioria da culpa, mas não acredito que mostres sem nenhuma intenção de que não olhem... de que não comentem...

Xiiiiiiii.....

Há imenso tempo que não escrevo. No blog, entenda-se. Está-me a fazer falta e os meus fãs reclamam. Já andam a perguntar se engravidei (que mania...). Deixem o calipo um minutinho que tenho news... Cuidado porque desde que estou naquela-empresa-americana-que-vocês-já-sabem-mas-que-não-vou-apontar-o-nome-porque-senao-aparece-o-meu-blog-no-google-nos-resultados-de-pesquisa-quando-procuram-alguma-coisa-dessa-marca falo e escrevo metade em Português, metade em Espanhol e uns porcentos em Inglês.

O interregno e o golpe de calor

Peço desculpa mas o calor fritou a minha coragem de estar ao computador (nem imaginam bafo-quente que provoca ter o computador ligado em casa). Aqui, no Verão, quando fica insuportável ainda é capaz de ficar mais.
Não posso ligar a televisão senão assusto-me. Num dia mais tsunamis (e eu que tinha acabado com a treta dos pesadelos sobre ondas gigantes...), noutro bebés explodidos no Líbano, noutro 40 graus à sombra, noutro acidente de metro... Joder, ya basta tíos, basta de ser tontos, hay que darnos derecho a soñar en paz...

O bar de baixo fecha à uma da manhã agora, por isso não estou de muito bom humor, mas vai-se vivendo. No trabalho o ambiente é bom, há gente que parece valer a pena, como a Carlinha costuma dizer. Hoje fomos quase todos jogar vólei feitos nabos na praia. Não importa os corpos, os aspectos, as marcas, o fundamental é a convivência, rir juntos, conversar de tudo, como o Ricardo diz (meu colega), "isto parece a continuação da universidade". É mesmo. Eu sinto-me uma Erasmus emancipada. Voltei a ter alguma vontade de estar cá, mas noutra casa. Ando à busca de pisos, a unica condição é não me obrigarem a pagar 6 meses de fiança (se eu tivesse 5000 euros, casava-me!!) e estar numa zona tranquila. Não pode ter bares, restaurantes, discotecas ou cafés num raio de dois kilómetros. E tem de ser 10% menos húmida e forno que a minha actual.

Estive a olhar para a minha casinha de 45 metros quadrados outro dia. Parece que sou a Barbie/ Barriguitas e vivo numa daquelas prateleiras daquela estante, que adaptei para esconder as Barbies quando já não tinha muita vontade de brincar com elas mas tinha pena de não ter... aos 10 anos.

O meu irmão acabou o curso e fiquei babada e preocupada. É um designer agora. Diz que vai ser independente.

Depois de 7 meses a tentar, alguma empresa (mas não qualquer uma... hehehehe) me ligou com interesse. É para trabalhar na minha área, mas longe da minha zona. Não gosto de Lisboa, toda a gente sabe, mas toda a gente está lá... Não fiquem já todos entusiasmadinhos que eu também não. Mas há que ter fé. Depois de 7 meses a conclusão é essa.

Outra história para contar é a viagem a Londres, abaixo, em Espanhol. Vá, toca a fazer um esforcinho...

Londres, tranqui urbe

¡Hey! No puede ser, (pensé. al pasear por Londres), esto no puede ser Londres, ¡¡ni los coches hacen ruido aquí!! ¿¿Puede ser que la polución absorba los malos barullos??

Londres me pareció demasiado tranquila y calurosa para ser Londres. Todas las chicas tenían una falda idéntica a la mía y todas tenían caderas largas como yo. Me fui 4 dias, plan segunda luna-de-miel express. El otro 50% del objetivo del viaje fue inscribir a mi Miguel en el RCVS (Royal College of Veterinary Surgeons), a ver si puede hacer un trabajito u otro en el país donde los Vets tienen más prestigio (y dinero) que los mismos Docs de personas.
Me enamoró la Tower Bridge y me apeteció haber vivido en Londres en el tiempo de Shakespeare.
No me enamoraron los Parcs porque esturnudé como una loca. En Londres descubrí que soy una joven adulta alérgica.

En Londres vi tres cosas que nunca vi en mi vida antes (claro, nunca fui a Londres antes...bueno, más de tres cosas, pero estas me han quedado grabadas):
- una mujer completamente desnuda paseando de bici;
- un tio gandhi, piel y huesos,
pero por convicción;
- varias mujeres de burka.
Me han impresionado las mujeres completamente cubiertas de tela negra. Hablaban pero no se veían los labios moviéndose. No pensaba que me iba a dar tamaño escalofrio... Pensaba que con verlo en la tele ya era decir a mi cerebro que era una cosa que pasaba en el mundo y era normal. Pero no. Hay que mirar un pedazo de tela andante con una mujer dentro para entender. Me esforzé por mirar a los dedos: había niños colgados; se guiarán por el olor de la madre?

En Londres he tenido mucho calor y he visto un cuadro de Klimt y otro de Dalí, en vivo.

En Londres me he sentado en la hierba.

No me gustó The Change of the Guard, no sé que gracia le veen.

El Thames es muy sucío, pero tiene unas plataformas comedoras de basura muy simpáticas.

La gente no te mira desconfiada, porque sino les dolería el cuello de tanto mirar.

Hay un barrio Portugués muy agradable donde hemos comido un "Bitoque" gigante y tomado un café decente. Aunque soy sincera, me han encantado las fish and chips del pub al lado de nuestro hotel.

En Londres hay muchos ricos, muchos ricos Índios.

Hay barrios que parecen de pelis de bomberos.

El Big Ben sigue en hora. Una gran falla: no me he tomado un unico té de las cinco. Pero he comprado infusiones de sabores que nunca había imaginado antes.