Paseo de Gracia

domingo, novembro 20, 2005


Lanterna para os degraus

Não, ainda não mudei de casa, vivo na mesma mini-casa de 45 metros quadrados desde Junho 2004, desde aqueles meus posts desesperados. Amanhã, a própósito, vem para cá durante uns dias uma amiga Japonesa (lembram-se que vivi com duas Japonesas em 2002?). Sim, vem cá a Maikô, e de certeza que me vai perguntar se empobreci, porque as condições nas que vivo são inferiores às minhas condições de estudante. É o preço a pagar se quiseres viver sozinha com o teu namorado ou maridão (e ter dinheiro para ir ao cinema duas vezes por mês).

A minha situação continua a ir de mal a pior. Embora o vizinho do 5º já tenha sido expulso, o apartamento dele não foi depurado e o malandro emprestou os poucos metros quadrados a uns okupas com mau aspecto. Segundo contou a vizinha do 4º 1º (que não se dá com a Galega do 4º 2º) veio cá há dias um dos cobradores sem fraque inimigo do do 5º, do que já foi expluso (já agora, por bater na mulher, não pagar a renda e ser traficante de droga... tudo em 1) cobrar uns dinheiros do negócio. Devia vir muito raivoso o tipo porque vindo que ninguém abria a porta, quebrou o resto das lâmpadas do prédio (as que ainda não estavam quebradas) e ainda, como se não fosse pouco, partiu o contador da luz das escadas. Finalmente percebi porque é que o contador da luz de cada apartamento está dentro de cada apartamento.

Não há luz nas escadas. Escuridão total.
E embora tivessem instalado uma fechadura na porta do edifício, agora que as campainhas não funcionam, os vizinhos de lá de cima pôem papel, fita-cola, chiclet e tudo o que podem na fechadura para que a porta não se feche e não tenham de descer lanços de escada às escuras para abrir a porta aos amiguinhos....

Conclusão: estamos sem luz nas escadas e a porta do edifício sempre aberta, morro de medo de entrar em casa. Como a esperança de que arranjem isto é pouca - escrevemos à gestoria de fincas deste edifício e não nos respondeu - comprei uma lanterninha e ando com ela na carteira. Faço muito barulho a subir as escadas e finjo falar com alguém (imaginem a parvalhice). Portanto não estranhem se me virem a pegar no telemóvel e na lanterna á entrada de casa.

Temos de ir embora deste antro com urgência.