Paseo de Gracia

segunda-feira, abril 05, 2004

Olá a tuti!
Depois deste fim de semana de emoções à flor da pele (no cinema com “a paixão de cristo” e na televisão com os bombistas a imolarem-se), eis-me de novo sentada, a ganhar celulite de 1º nível, e a aturar um povo vizinho chato e corrupto.
Surgiu-me uma questão fruto de um nozinho que me anda a incomodar, mais precisamente, um nozinho na minha parte ética. Vocês já se viram obrigados a mentir no trabalho? É que eu minto muito!!! Com quantos dentes tenho! Minto aos clientes, e o chefe apoia, aliás, fica chateado se eu disser a verdade, nunca aconselha a verdade, a não ser que seja muito boa para a Z-Card. Por favor digam-me que isto não é normal numa companhia... normal. Será que também me pagam para... mentir? Não me lembro deste tópico, devia estar em letras bem pequeninas, minúsculas. Ou é algo que está subentendido?
Em qualquer caso, outro dia recusei-me a mentir. Era uma tripla mentira. Expliquei ao patrão que, se era para mentir, que mentisse ele que eu não queria passar por mentirosa. Ficou fod.... e disse: “Eu também não gosto de muitas coisas, mas tenho de as fazer.” Eu respondi-lhe que isso não era argumento e calou-se. Espero as vossas reacções.
Sobre o filme do Mel Gibson, bonito, muito bem o facto de ser falado nas línguas daquele tempo, mas muito sanguinário. Vocês contestam: “tinha de ser assim para reflectir a verdade nua e crua”. Ok. Mas exagerou. Focou demasiado o sangue. Metade do filme passei-o a encolher-me no ombro do Miguel, que me perguntou à noite como é que se fazia para não ter pesadelos. Como "Ele" disse à Solnado (a filha, a que diz que fala com ele), nada mudou. No passado, as pessoas reuniram-se para o ver sofrer. No presente, o número de assistentes do seu sofrimento aumenta a olhos vistos. Não gostei. E vocês dizem: “Não era para gostar...”. Mas filme é filme, e não gostei.
Jorge, se eu voltar para Portugal, ainda tens o teu apartamento para alugar?