Paseo de Gracia

quarta-feira, abril 28, 2004

1:
Bibó Puarto!
2:
Carago!
Ontem foi um dia produtivo, ao contrário do dia de hoje, que se está a revelar infrutífero. Andei a plantar curricula por todo o lado. Porta a porta, como sempre. Tem resultado. Da primeira vez arranjei estágio logo no primeiro dia. Da segunda vez fui contratada no segundo dia de busca. Desta terceira vez, o "plano 2º emprego" tem de resultar a terceira! Tem de ser, tudo a torcer por mim, vá!
Ontem fiz uma cena no burger king de ir às lágrimas. Pedi uma salada shaker, pus molho rosa e toca a abanar: shake-shake-shake-plash! Este plash foram as folhinhas de alface e as rodelas de tomate inpregnadas de molho a espalharem-se pelas mesas do lado (a tampa escapou-me). Ainda bem que estava ao lado uma senhora-da-limpeza com guardanapos. Como se não bastasse, no ginásio, na piscina, lá fui eu armar-me em atlética e toca a invadir a pista “rápida”. Estava lá um gajo. Depois chegou outro, e outro ainda. Já não conseguia aguentar o ritmo dos marmanjões quando, de repente, numa das minhas investidas de bruços, uma caimbra. E lá fiquei, de pé para o ar, a receber massagens do técnico dir (dir = nome da cadeia de ginásios que frequento) enquanto os gajos se vangloriavam, no seu orgulho masculino, de ter mais capacidades físicas do que esta jovem mulher, claro, são homens. São homens e não compreendem que eu sofro de má absorção de magnésio, o que me leva às caimbras... e já tinha nadado umas boas 20 piscinas.
Então e o Valentim Loureiro? Que escândalo! Estão finalmente a levar a público o que o público já sabia há “ene” tempo, mas pensava que os senhores em questão eram inatingíveis.
E é tudo por hoje. Estou desanimada porque ainda não me chamaram para uma entrevista... E também porque encontrei a minha roupa de Verão cheia de bolor. Raio de terrinha húmida! Tenho 4 absorvedores de humidade e não chega! Ainda bem que faço anos este mês. Ah! Por cierto, quem quiser enviar alguma coisa p’ra mim, a minha mãe vem cá nos meus anos! Falem com ela: 225503993. Beijocas!

quinta-feira, abril 22, 2004

Olá a todos. Uns já sabem, a maioria não mas, para que conste, já não trabalho na z-card. Fui despedida porque é esta a crueldade de um "trabalho por objectivos": não houve quase vendas nenhumas para Portugal, a companhia estava a perder dinheiro, toca a atirar carga pesada ao mar. Não se preocupem porque estou muito bem, se não eram eles era eu, assim foi melhor porque recebi uma indemnização (pequenita, mas melhor que nada) e tenho dois meses para procurar algo diferente. Estou muito ansiosa por voltar ao ritmo de um gabinete de comunicação; a Ulled, continuo a dizer, foi o meu primeiro amor de "carreira". Pormenor: a minha colega Paula também foi despedida.
Agora, detalhes desta "despedida"...
1) Foi sem aviso prévio. O meu contrato terminava a 30 de Abril, por isso podiam fazer esta borrada comigo, com a Paula é que não, porque tinha contrato até Junho. Por isso levou uma indemização um pouco maior. E pensar que ela foi ao Brasil há pouco tempo, a correr, ver a família. Bem que podia ter ficado lá mais um bocadinho! A viagem vale 700 euros!
2) Depois de me terem comunicado a eventualidade, vigiaram todos os meus passos. A gaja de Inglaterra chegou a insinuar: "Não vais levar contactos de clientes, pois não?". Estúpida. Não, não sou ladra. Aliás, o dinheiro que me pagaram estes 6 meses cobre uma base de dados com mais de 5,000 contactos, não se preocupem. E, insisto, fui eu quem descobri todos esses contactos, posso-os descobrir de novo, agora com muito mais facilidade...
Uma palhaçada, a sério. Claro que a razão principal do meu despedimento foi eu fazer frente ao chefe (ler capítulos anteriores deste blog). Aproveitei a ocasião para dizer ao mister Jordi, que papa 8,000 euros por mês para humilhar os outros, que com o seu comportamento nunca seria capaz de manter uma equipa. A Thais e o JuanMa não estão satisfeitos. A Thais envia dois curricula por dia. E desde que estou lá já saíram três pessoas...Bem, cinco, comigo e com a Paula.
3) Disseram que me tinham de dar "training" e que não havia dinheiro para investir em mim. Ah! Essa é boa. Vai-lhes ficar muito mais caro contratar e ensinar outra pessoa... a colar etiquetas. Porque ultimamente era isso que eu fazia, colar etiquetas...
São uns mentirosos. Os z-cards vendem-se bem, mas a empresa é uma porcaria.
Amigos e amigas, eis-me de novo, indo à luta, feliz!
Qualquer coisa digam-me, ok? Estou à procura em Barcelona e em Portugal Continental!!

quinta-feira, abril 15, 2004

“La semana santa”

É o que os espanhóis chamam à... semana santa? Também se chama assim em português, não? ‘Tou a ficar lé-lé.
Pois, e lá fui eu a Bilbao e a San Sebastian. Esta foi, para cúmulo do excelente sentido de orientação do Miguel, a viagem onde mais nos enganamos por caminhos nunca antes pisados. O pior é que pisávamos os caminhos uma e outra vez até dar com o correcto! Conclusões da viagem: o país Vasco tem muitas ovelhinhas merinas equilibristas nos montes e os hóteis ibis nem sempre são fáceis de encontrar... Esta foi a conclusão geral. A conclusão mais pessoal foi que o museu Gugghenheim provoca tonturas. É completamente torto.

Chuva e mais chuva, réstias de neve e frio de gelar narizes e restantes pontas corporais, mas muito romantismo... Bilbao é escuro, húmido (um rio passa no seu meio), mas tem uns bares (las cerveserias) típicos, com as típicas “tapas” vascas preciosos, a abarrotar de gente de todas as idades e níveis. O centro histórico é bonito, excelente para “ir de compras”, com a sua praça real bem espanhola, mas com os seus cartazes “independentzia” colados. Os velhotes, é mesmo verdade, andam com aquelas boinas pretas chamadas “txapela”.
Como só estivemos um dia e meio, centramo-nos no museu. Três horas centrados no museu. Só portugueses e franceses por todo o lado. Um aviso: se forem lá, não levem os audio-guias. Distraem muito, eu e o Miguel desistimos a meio e eu fiquei com um musculo do braço dorido. É melhor ver e interpretar tudo com os vossos próprios olhos e ouvidos. Ou ler por alto panfletos turisticos.

San Sebastian é lindo, muito lindo. Uma baía em forma de concha, construções românticas, uma parte antiga cómica, apetece estar lá às voltas, passear na marginal com o sol a bater na cara, ideal se tiverem a quem dar a mão... Ouvi muito poucas pessoas a falar euskera, mas as que ouvi eram crianças ou adolescentes. O euskera está para durar! Não se apanha nada. Parece japonês, não é gozo, parece mesmo. Acabam as palavras com a sílaba “oa”: museoa, bankoa, etc.

Tudo bem por aí?

quarta-feira, abril 07, 2004

Gentes amigas:

Este fim de semana subo a Bilbao e San Sebastian. Vou provar aqueles arrozes bascos. Um fim de semana não muito católico, mais bem romântico e cultural. Ninguém me veio visitar, por isso vou-me pirar.
Ontem, outra mochila interceptada. Mas só tinha roupa. E eu fui nesse comboio. Noutra carruagem, mas nesse.
Estamos a pensar seriamente em voltar a Portugal, eu e o Migas. Já sabem, se vos aparecer alguém interessado numa rapariga decente e trabalhadora cujo perfil encaixa nas Relações Públicas... digam-me algo!
Os cactos absorvem mesmo as radiações ou é mito?
Comprei um e estou farta de me picar.
É, já deu pra notar que não tenho grandes novidades... Nadica.
Depois conto-vos como correu o País Basco.
Jocas.

segunda-feira, abril 05, 2004

Olá a tuti!
Depois deste fim de semana de emoções à flor da pele (no cinema com “a paixão de cristo” e na televisão com os bombistas a imolarem-se), eis-me de novo sentada, a ganhar celulite de 1º nível, e a aturar um povo vizinho chato e corrupto.
Surgiu-me uma questão fruto de um nozinho que me anda a incomodar, mais precisamente, um nozinho na minha parte ética. Vocês já se viram obrigados a mentir no trabalho? É que eu minto muito!!! Com quantos dentes tenho! Minto aos clientes, e o chefe apoia, aliás, fica chateado se eu disser a verdade, nunca aconselha a verdade, a não ser que seja muito boa para a Z-Card. Por favor digam-me que isto não é normal numa companhia... normal. Será que também me pagam para... mentir? Não me lembro deste tópico, devia estar em letras bem pequeninas, minúsculas. Ou é algo que está subentendido?
Em qualquer caso, outro dia recusei-me a mentir. Era uma tripla mentira. Expliquei ao patrão que, se era para mentir, que mentisse ele que eu não queria passar por mentirosa. Ficou fod.... e disse: “Eu também não gosto de muitas coisas, mas tenho de as fazer.” Eu respondi-lhe que isso não era argumento e calou-se. Espero as vossas reacções.
Sobre o filme do Mel Gibson, bonito, muito bem o facto de ser falado nas línguas daquele tempo, mas muito sanguinário. Vocês contestam: “tinha de ser assim para reflectir a verdade nua e crua”. Ok. Mas exagerou. Focou demasiado o sangue. Metade do filme passei-o a encolher-me no ombro do Miguel, que me perguntou à noite como é que se fazia para não ter pesadelos. Como "Ele" disse à Solnado (a filha, a que diz que fala com ele), nada mudou. No passado, as pessoas reuniram-se para o ver sofrer. No presente, o número de assistentes do seu sofrimento aumenta a olhos vistos. Não gostei. E vocês dizem: “Não era para gostar...”. Mas filme é filme, e não gostei.
Jorge, se eu voltar para Portugal, ainda tens o teu apartamento para alugar?